Flu quebra cabeça para conseguir quitar dívidas até o fim de janeiro

Tricolor já acumula quatro meses de direito de imagem atrasados para atletas, além de dois meses de salário. Diretoria dá prazo até o dia 30 desses mês para equalizar contas

Pedro Abad - Fluminense
Presidente do Fluminense, Pedro Abad, tenta quitar as dívidas salarias para não perder jogadores na Justiça (Foto: Divulgação / Fluminense)

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A situação financeira do Fluminense está cada vez mais dramática. O clube virou o ano e chegou ao quarto mês consecutivo de direito de imagem atrasados, além de dois meses de vencimentos em carteira, o que liga o sinal de alerta nas Laranjeiras. Ciente da situação calamitosa que vive, a diretoria busca meios para quitar todos os atrasados até o dia 30 janeiro, prazo que foi estabelecido e passado para os atletas e comissão técnica na reapresentação do elenco, no último dia 3, segundo apurou o Lance!

Com cotas de televisão adiantadas e com pouca verba dos patrocinadores, a diretoria estuda um método para evitar que essa dívida acumule ainda mais. Apesar de direto de imagem não ser considerado salário em si, os dirigentes temem que advogados dos atletas encontrem uma brecha - baseados na Lei Pelé - para acionar de forma trabalhista e consigam deixar o clube sem qualquer ressarcimento.

A situação mais caótica, atualmente, é de Gustavo Scarpa. Com vencimentos na casa dos R$ 350 mil, sendo a maior parte em direito de imagem, a diretoria espera acertar logo a pendência com o camisa 10, cobiçado no mercado e que já declarou, inclusive, o desejo de deixar o Tricolor e respirar novos ares. Nos dois dias de treinamentos, Scarpa sequer apareceu no Centro de Treinamento e sua saída é considerada iminente.

Além dos direitos de imagem e salários atrasados, o Tricolor também quer acertar o 13º dos funcionários que não foram pagos. Um empréstimo é estudado pela diretoria, além de adiantar cotas de futuros patrocinadores. Segundo fontes dentro do clube, a receita tricolor pode subir em breve com algumas negociações que estão em andamento.

Outro forte problema a ser enfrentado é a situação dos jogadores que vão rescindir o vínculo com o clube carioca. Entre eles nomes como Diego Cavalieri, Henrique e Marquinho. Os três possuem vencimentos altos e a rescisão, mesmo que de forma amigável, não sairá barato para os cofres do clube. Conversas com os jogadores estão agendadas para o início da próxima semana e o único que tem situação encaminhada é o zagueiro, apalavrado com o Corinthians. De qualquer maneira, a saída do jogador será um prejuízo, já que em 2016 o Tricolor pagou à vista cerca de R$ 8 milhões (dois milhões de euros) ao Napoli (ITA) pelo defensor. O dinheiro utilizado foi da venda de Gerson.

Henrique possuía vínculo com o Fluminense até o fim deste ano, já Marquinho e Cavalieri até o fim de 2019, o que aumenta ainda mais a multa pela rescisão de forma unilateral. Tanto o goleiro quanto o meia recebem acima dos R$ 300 mil e estão fora dos padrões que a diretoria quer para 2018: um teto de até R$ 150 mil mensais. Dos que ficarão no elenco, já contando com a saída de Scarpa também, apenas o atacante Henrique Dourado superará o teto.

O zagueiro Gum, que vai completar seu nono ano nas Laranjeiras e com contrato até o fim de 2019, já negocia uma redução salarial, em quase 40% dos vencimentos e uma prorrogação do vínculo até o fim de 2020. Assim, Gum deve receber por volta de R$ 150 por mês.

Por enquanto, o Fluminense segue em busca de uma forma de quitar as dívidas e não perder jogadores para rivais de forma gratuita. Inclusive, o 'caso Scarpa' acelerou esse processo e todo elenco já está ciente da situação. A venda de Wendel, próxima de concretizar, também é vista com bons olhos para saldar os atrasos.

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