‘Falta ser campeão da Libertadores’, afirma Thiago Neves, ao LANCE!

Com passagens destacadas por Fla e Flu, meia, que nesta segunda-feira completa 32 anos, retorna ao Brasil com status de presente do Cruzeiro e afirma: 'quero conquistar títulos'

Thiago Neves
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Reforço do Cruzeiro até o final de 2019, o meia Thiago Neves foi anunciado pela Raposa no início de janeiro, mas por problemas na documentação só pôde estrear na semana passada, na goleada celeste de 6 a 0 sobre o São Francisco, da Copa do Brasil.

Às vésperas do seu aniversário, TN30, que nesta segunda-feira completa 32 anos, falou em exclusividade ao LANCE! sobre a responsabilidade de chegar como o presente de aniversário de 96 anos do Cruzeiro e o motivo da escolha pela Raposa.

LANCE!: Você chegou como presente de aniversário do Cruzeiro. Como lida com isso?
Thiago Neves: Gosto de ter a responsabilidade. Estava com saudade de sentir que represento uma grande torcida e que eles depositam muita confiança em mim. O que os torcedores fizeram no aeroporto, assim que cheguei aqui, nunca havia acontecido na minha carreira. Foi único e ainda mais por conta disso quero render o que esperam o quanto antes.

L!: Por que voltou ao Brasil e escolheu o Cruzeiro?
TN: O Cruzeiro além de ser um dos maiores e mais vitoriosos clubes do Brasil, é também um time que sempre demonstrou interesse em contar com o meu futebol. Uma das coisas que mais me motivaram foi o fato de o Cruzeiro ser um clube com o DNA vencedor. Não voltei para passar o tempo, mas para ser campeão.

L!: E a vida em BH? É uma cidade menor que o Rio. Facilita o trabalho? *
TN: Belo Horizonte é muito tranquilo. Muito mesmo. O povo também é bem bacana e respeitoso com a gente, e isso dá uma satisfação ainda maior de ter escolhido jogar aqui. Já tinha amigos morando na cidade, e eles me alertavam que eu me daria bem em BH. Estou gostando!

L!: A estrutura do Cruzeiro, que tem dois CT, é a melhor que já trabalhou? 
TN: Com certeza! Já havia treinado na Toca jogando por outros clubes e a estrutura realmente chama a atenção. Jogando aqui, você percebe o quão grandioso e sério é o clube, no que diz respeito a dar tranquilidade e qualidade de trabalho para nós jogadores.

L!: Neste pouco tempo, quais as conclusões você tira do grupo e do ambiente do Cruzeiro? Quem são seus melhores amigos?
TN: O ambiente aqui é muito bom. Já conhecia alguns atletas que aqui estão e isso ajuda na adaptação. Mas todos, sem exceção, me trataram muito bem e fizeram com que eu me sentisse à vontade o mais rápido possível. Costumo dizer que o grupo vencedor é aquele que é amigo fora de campo também. A intimidade que criamos fora dele ajuda dentro das quatros linhas. É natural, você se sente mais confortável em cobrar ou ser cobrado por um amigo. Não tenho um grupo fechado de amigos. Converso com todos da mesma forma, e isso tem ajudado nos treinamentos. Tomara que agora ajude também dentro de campo.

L!: Você jogou na Arábia em tempos de Primavera Árabe. Ficou com medo de terrorismo?
TN: Nenhum. Companheiros de clube e diretoria sempre nos tranquilizavam com relação a isso. Tanto na Arábia quanto nos Emirados, comigo sempre foi muito tranquilo. Claro que você fica com algum receio por ser uma região próxima, mas conosco nunca houve nenhum problema, nada nem perto disso, sempre nos trataram muito bem.

L!:  Você era idolatrado no Fluminense, mas depois foi jogar no rival. Valeu a pena?
TN: Sou um trabalhador e tive uma proposta de trabalho. Na época, aceitei o desafio mesmo sabendo que não seria fácil. Acredito que consegui desempenhar bem meu papel. A temporada de 2011 foi bem bacana, joguei com grandes caras como o Ronaldinho, Deivid e, ainda assim, consegui render tudo que eu queria e me destacar. Hoje só penso nas cinco estrelas que carrego no peito e em dar o retorno para essa torcida que me recebeu tão bem.

"(Seleção) não é meu objetivo principal hoje. Não falo pela questão do orgulho e do prazer de voltar a vestir a amarelinha, isso seria fantástico para mim. Mas digo pelo fato de que hoje vejo jogadores mais jovens e de muita qualidade que atuam na minha posição, no Brasil e lá fora"

L!: Conca de 2008 ou Ronaldinho de 2011? Quem jogou mais bola?
TN: Essa é difícil de responder (risos). Acho que tanto um quanto o outro foram muito bem, desequilibraram em vários momentos, fazendo o que se espera mesmo de jogadores desse nível. Mas a comparação é cruel. Vamos deixar em aberto essa, porque são dois caras de muita qualidade, que respeito bastante e tenho muito orgulho de ter dividido vestiário.

L!: E o futuro? Fica no Brasil até a aposentadoria ou pode voltar ao exterior?
TN: Está muito cedo para pensar nisso. Acabei de firmar um contrato de três anos com o Cruzeiro, depois de ficar quase quatro anos no exterior desde a última vez que saí do Brasil, e agora minha cabeça está completamente aqui. Foram anos incríveis, de muito aprendizado e de uma vivência diferente para mim e para minha família. Quero que a partir de agora as experiências em BH também sejam bacanas e que sejamos muito felizes aqui nos próximos anos. Depois vemos o que acontece.

L!:  Você saiu de uma lá uma vez, mas voltou depois. Porque esse vaivém? 
TN: Foi uma questão do rumo que a carreira foi tomando mesmo. Lá era um lugar legal, eu já conhecia grande parte das pessoas e tive a oportunidade de voltar. Foram momentos diferentes da minha vida, opções que se encaixavam melhor para mim e para minha família. O mais importante é que em todos eles eu fui feliz, assim como estou agora no Cruzeiro.

L!: Ainda é possível chegar na Seleção novamente? No Cruzeiro fica mais fácil conseguir ser lembrado por Tite?
TN: Fica, porque eu estou jogando no Cruzeiro. Mas, sinceramente, não é meu objetivo principal hoje. Não falo pela questão do orgulho e do prazer de voltar a vestir a amarelinha, isso seria fantástico para mim. Mas digo pelo fato de que hoje vejo jogadores mais jovens e de muita qualidade que atuam na minha posição, tanto no Brasil quanto fora. Particularmente, voltei pensando em jogar bem, ser o Thiago que sempre fui e pelo prazer de jogar com a pressão de uma torcida presente, como é a do Cruzeiro.

L!: O que ainda falta na carreira?
TN: Ser campeão da Libertadores. Isso também pesou na minha escolha pelo Cruzeiro. Estou num time de tradição, acostumado com grandes conquistas e muito estruturado para voltar a vencer. Vamos trabalhar esse ano pensando em conquistar ao menos um título de expressão para estarmos na próxima Libertadores.

L!:  torcida do Cruzeiro pode esperar um Thiago mais garçom ou mais artilheiro?
TN: O torcedor do Cruzeiro pode esperar um meia que vai se entregar incansavelmente e que não vai se omitir em momento algum. Se serei mais artilheiro ou garçom só o tempo dirá. Tomara que consiga equilibrar bem, pois só o Cruzeiro sairá ganhando com isso.

QUEM É ELE

NOME
Thiago Neves Augusto

NASCIMENTO
27/02/1985 - Curitiba (PR)

POSIÇÃO
Meia 

CLUBES
Paraná (2005)
Vegalta Sendai (2006)
Fluminense (2007-2008)
Hamburgo (2008-2009)
Fluminense (2009)
Al Hilal (2009 e 2010)
Flamengo (2011)
Fluminense (2012-2013)
Al Hilal (2013-2015)
AL Jazira (2015-2016)
Cruzeiro (2017)

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