Especialista analisa caso de violência entre torcidas de Corinthians e Coxa

Antes do confronto, realizado no Estádio Couto Pereira, organizadas das duas equipes protagonizaram confusão que deixou pelo menos seis feridos

briga Coritiba x Corinthians
(Reprodução/Twitter)

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Mais um episódio lamentável voltou a chamar a atenção nas redondezas do estádio Couto Pereira, em Curitiba-PR. Horas antes da partida entre Coritiba e Corinthians, houve uma briga entre as torcidas das equipes. Um corintiano ficou gravemente ferido e outras seis pessoas foram encaminhadas para hospitais locais após a confusão.

Segundo informações da polícia, o torcedor que foi alvo de chutes é Jonatan José Gomes Souza da Silva, de 29 anos. Após chamado da emergência, ele foi encaminhado para o Hospital do Trabalhador. Enquanto isso, já na arquibancada, João Carlos de Paula, de 24 anos, identificado em vídeo deferindo uma sequência de chutes na cabeça do torcedor corintiano, foi autuado e detido por tentativa de homicídio, podendo pegar de oito a 20 anos de prisão.

Após realizar uma série de exames e curativos, Jonatan José Gomes Souza da Silva recebeu alta na tarde do último domingo. Inclusive, uma fotografia sua com vários ferimentos no rosto, tirada nos arredores do Couto Pereira foram divulgadas nas redes sociais.

A confusão começou quando três ônibus e uma van, que transportavam torcedores do Corinthians, passaram por uma rua, próxima ao Estádio, onde está localizada a sede de uma das torcidas organizadas do Coritiba. De acordo com autoridades locais, os corintianos foram de encontro aos torcedores alviverdes com a intenção de brigar, já que outros ônibus que transportavam o restante dos torcedores seguiram o trajeto sugerido pela polícia. Acompanhe abaixo a opinião do sociólogo Maurício Murad, autor do livro 'A violência no futebol', sobre o caso.

Foi mais um episódio de vandalismo, covardia e agressividade criminosa de grupos de torcedores infiltrados nas torcidas organizadas. Esses grupos não representam as torcidas como um todo, são minorias violentas e que precisam ser severamente e exemplarmente punidas.

O conflito aconteceu ontem (domingo), por volta de 8h30 e o jogo estava marcado para às 11h. Mas, desde sábado, as redes sociais anunciavam ofensas e confrontos entre torcedores do Coritiba e do Corinthians, que estavam associados com torcedores do Atlético-PR. A pergunta que fica é a seguinte: Se todos sabiam, por que a polícia não agiu preventivamente para evitar o confronto? Por que não se dirigiram a esses grupos que estão se formando desde a internet para evitar o conflito?

DEMAFE (Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos), que cobre a grande Curitiba e outras cidades do Paraná deve interferir nesse tipo de briga generalizada desde a sua formação. A polícia não agiu preventivamente para evitar o problema.

A delegacia móvel informou que alertou aos responsáveis pelos ônibus, que transportavam os torcedores do Corinthians, que não deveriam fazer o trajeto previsto, indicando um novo caminho até o Couto Pereira, mas o motorista desobedeceu. Como o ônibus que vem de outro estado não segue as recomendações da polícia local? Poderia até dar voz de prisão ao motorista que não cumpriu com a ordem.

Será que não há mais direito ao lazer e a liberdade de ir e vir? Você não pode passar próximo a torcida rival porque gera violência? Poderia ter acontecido um óbito, não aconteceu porque um torcedor do Coritiba interferiu na confusão. Antes, o torcedor corintiano estava sendo chutado, socado... Não se pode mais passar em frente a sede da torcida rival, porque deixou de ser um ambiente com o mínimo de segurança.

Para fechar, as torcidas organizadas precisam ser monitoradas, fiscalizadas, acompanhadas e a parcela violenta tem que ser reprimida pela polícia, pela justiça e pelo próprio clube, porque é ele que ajuda a torcida organizada com passagem, ingresso, hospedagem e alimentação. Sendo assim, deve haver um controle sobre as torcidas organizadas partindo de dentro do clube, principalmente sobre esse grupo violento que se mistura aos torcedores que vão ao estádio para cantar e apoiar o time, sem exercer qualquer tipo de vandalismo.

O futebol é um patrimônio da cultura brasileira e deve ser zelado e receber atenção das autoridades para que este tipo de atrocidade não se torne comum.

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