Gestão Andrés encara crise já em 1º ano de volta ao Corinthians

Mandato que começou voando por conta de título histórico no Campeonato Paulista sofre baque por desmanche, queda de rendimento do time e ameaça de rebaixamento

Andrés Sanchez
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians (Foto: Antônio Cicero/PhotoPress)

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O retorno de Andrés Sanchez à presidência do Corinthians se deu de forma triunfal. Pouco mais de dois meses após vencer as eleições em fevereiro deste ano, o dirigente comemorou um título histórico na casa do rival Palmeiras com a conquista do Campeonato Paulista que rendeu  e ainda renderá por muito tempo. No entanto, com a proximidade do fim da primeira temporada de volta ao comando, a gestão Andrés enfrenta a primeira grande crise, com problemas graves no futebol e um temeroso risco de rebaixamento. 

Dentro de campo, o Corinthians vitorioso herdado por Andrés praticamente se desmanchou. A base bruta da comissão técnica saiu com a ida do técnico Fábio Carille para o Al Wehda, da Arábia Saudita. Saíram o auxiliar Leandro Silva, o preparador-físico Walmir Cruz, o preparador de goleiros Mauri Lima, o observador Mauro Silva e o analista de desempenho Denis Luup. A perda da estrutura foi minimizada pelo presidente, que garantia a reestruturação necessária, mas, passado cinco meses, o resultado ainda está na espera. Ele efetivou o auxiliar Osmar Loss, mas recuou com os maus resultados e apostou em Jair Ventura. O novo comandante não teve melhor sorte. Levou o time à final da Copa do Brasil, mas, sem o título, agora possui retrospecto péssimo: duas vitórias, três empates e cinco derrotas. 

O futebol eficiente do Corinthians não existe mais e, além da questão da estrutura, pesou a saída de jogadores. Do time campeão ano passado e neste, foram embora com Andrés o zagueiro Balbuena, o volante Maycon e o meia Rodriguinho, todos titulares no título paulista. Também deixou o clube o lateral-esquerdo Sidcley, que estava emprestado pelo Atlético-PR. Andrés nega que tenha havido desmanche, com o argumento de que não havia como segurar os jogadores. 

- O Balbuena eu fui obrigado a renovar por multa baixa, porque senão não renovava. O Maycon tava quase vendido desde o ano passado. O Sidcley não era nosso. Eu só vendi o Rodriguinho - declarou. 

Fato é que o futebol do time caiu muito e as peças de reposição não vingaram. Para a zaga, o Corinthians apostou na base, com Pedro Henrique e Léo Santos, mas nenhum convenceu. Na lateral esquerda, Danilo Avelar ainda oscila muito. Douglas, contratado para a vaga de Maycon, também não se firmou. Ainda falta um meia de qualidade para a vaga de Rodriguinho, e o atacante reforçado com os centroavantes Roger e Jonathas passa longe de ser efetivo. 

Com tantos problemas, o Corinthians agora se preocupa com o maior dos fantasmas, o do rebaixamento. A equipe ocupa a 11ª colocação no Campeonato Brasileiro com 35 pontos, apenas quatro acima do Ceará, primeiro da zona. Neste domingo, encara o Vitória no Barradão. Em caso de derrota, a situação será desesperadora, faltando oito rodadas para o fim do campeonato. Vale lembrar que Andrés era o presidente quando o time foi rebaixado em 2007. Depois, ele reergueu o clube, que ganhou tudo. 

É nisso que Andrés se apega para dar outra volta por cima. Ele acredita que o clube tem força para se reestruturar e fazer um planejamento para se manter brigando por títulos em 2019. Disse que já está no mercado em busca de reforços. 

No fim de 2008, depois de voltar à Série A, Andrés deu a carta que mudou de vez os rumos do Corinthians: a contratação de Ronaldo Fenômeno. Agora, os tempos são outros e ele repete que não haverá outro case como aquele. A preocupação por ora é livrar o time de qualquer risco e, assim, sair da primeira crise em sua volta ao clube. 

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