De família de ‘loucos’, Malcom mira Hexa do Timão e diz: ‘Quero ser ídolo’

Criado por alvinegros fanáticos, atacante busca a primeira taça pelo Corinthians e prepara 'churrascão' para comemorar o título em caso de derrota do Atlético-MG, domingo

Malcon - Corinthians (Foto: Ari Ferreira/Lancepress!)
Vai, Corinthians! Malcon posou para fotos ao LANCE, no CT do Timão (Foto: Ari Ferreira/Lancepress!)

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Se a Fiel torcida se auto-intitula como “um bando de loucos”, Malcom foi criado em um hospício. A mãe, Flávia, chegou a viajar em caravanas para ver o Corinthians jogar fora de São Paulo. O tio Eduardo levou nos ombros o garoto aos 2 anos para ver o Timão no estádio pela primeira vez. Rodrigo e Silvia, também tios, eram outros fanáticos, daqueles que frequentam a torcida organizada e desfilam com as cores do clube no Carnaval. Hoje, todos eles estarão em Itaquera, em uma noite que tem tudo para ser histórica para o atacante e a equipe.

Às 19h30, o Corinthians recebe o Coritiba em sua Arena, pela 33 rodada do Brasileirão e, se vencer, pode garantir o seu sexto título do campeonato. A conquista, no entanto, não se confirmará antes do jogo do Atlético-MG, segundo colocado, que enfrenta o Figueirense amanhã e precisa ganhar para seguir com (remotas) chances de ser campeão.

Assim, por respeito ao Galo, a volta olímpica deve ser evitada hoje. Amanhã, contudo, pode ser dia de festa. E Malcom já sabe onde quer celebrar o título: no meio do bando!

– Vou ficar com a família mesmo, o elenco não combinou nada. Vou fazer um churrascão, estar perto de quem mais amo. Caso o Atlético tropece, vou estar junto, chorar e comemorar com quem mais gosto e ver que todo suor valeu a pena – contou o atacante de 18 anos, ao LANCE!.

E não foi pouco suor que Malcom derramou para ajudar o Corinthians nesta campanha. Reserva no começo do ano, ele ganhou espaço na equipe justamente com a saída de seu maior ídolo, Emerson Sheik, e esteve em campo em 27 das 32 partidas do Timão no Nacional. Foram apenas cinco gols, mas alguns deles importantíssimos, como os marcados nos dois turnos contra o Atlético-MG.

Nem por isso ele acredita que já se tornará um ídolo em caso de título. Nem mesmo dentro de casa, onde ainda sofre com cornetadas, cobranças por gols, boas atuações e o que todo corintiano pede: muita raça!

– É muito cedo ainda para falar em entrar para a história, tem muita coisa pela frente, muitos jogos e, se Deus quiser, muitos gols. Quero ser ídolo, fazer história, mas vou ter que esperar minha vez. Vai demorar um pouquinho – previu o camisa 21.

Jovem, Malcom diz se recordar de só um dos cinco títulos nacionais do Corinthians, o último, em 2011, quando já estava na base do clube. A taça que está muito próxima de vir certamente será inesquecível. Não só para ele, mas também para toda a Fiel – inclusive a família Oliveira.

Malcon - Corinthians (Foto: Ari Ferreira/Lancepress!)
Malcon, no CT do Timão (Foto: Ari Ferreira/Lancepress!)

Motorista, gol e família ajudam em polêmica

Em julho, Malcom ganhou as manchetes não por seus gols, dribles e boas atuações, mas sim pela denúncia de que teria obtido ilegalmente a sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Com a permissão para dirigir cassada, o jogador passou a se locomover com a ajuda de um motorista e recebeu o carinho de pessoas próximas e do técnico Tite para não se abalar com a polêmica.

– Eu fiquei bem tranquilo, minha família ficou do meu lado me ajudando. Não deixei me abalar, senão não iria conseguir jogar direito. Quando fiz o gol (contra o Atlético-MG, na vitória por 1 a 0, na Arena), fiquei mais tranquilo ainda, tirei um peso das costas – contou o jovem, ao L!.
Sem entrar em detalhes, o atacante afirmou que a situação já está superada e que no ano que vem ele irá passar por todo o processo para obter novamente a sua habilitação.

Bate-bola com Malcom, atacante do Timão, ao LANCE!:

"‘Domino, penso e aí executo. Antes queria fazer rápido e errava bastante’, Malcom"

Como será jogar antes do Atlético-MG? A possibilidade de não ser campeão em campo é frustrante?
Todo mundo preferia no domingo, pois dependendo do resultado, já nos consagraríamos campeões. Mas vamos fazer nossa parte contra o Coritiba e domingo ficar com a família

Você se lembra dos outros títulos brasileiros do Corinthians?
Em 2011 a gente estava em um campeonato da base, todo mundo junto, comemoramos entre nós. Já de 2005, com o Tevez, eu me recordo muito pouco... Dos outros, nada.

Como será ser campeão pela primeira vez como profissional justamente pelo clube da sua família?
É uma coisa que não vou esquecer. Saber que minha família inteira é fanática pelo Corinthians e que hoje faço parte dessa história, que eles podem torcer ainda mais sabendo que estou participando desse título... Para mim é uma honra, uma satisfação grande! E se a conquista vier também será deles, que estiveram do meu lado durante todo o tempo.

Eles te acompanham? Tinha alguém no Horto, domingo?
Minha família queria de qualquer jeito ir, mas eu não deixei. Foram 1800 corintianos contra 20 mil atleticanos, era arriscado. Eles estavam pedindo ingresso, mas falei que não, para assistirem em casa.

E nos outros jogos?
Eles estão sempre na Arena. Tenho um tio que pede ingresso. Se eu arrumo ele pega a caravana e vai!

O Tite fala muito sobre a sua evolução. Em que você cresceu?
Maturidade. Antes eu queria fazer logo, hoje eu fico tranquilo, mais aliviado. Primeiro domino, penso e aí executo. Antes eu queria fazer rápido e acabava errando bastante. Tento fazer tudo o que o Tite me pede.

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