Cristóvão filosofa, vê críticas surreais a ele e diz: ‘Corro o risco de dar certo’

Treinador do Corinthians diz que comparações com Tite são como uma onda, aponta melhora da equipe e vê jogadores contratados no início do ano ainda podendo render mais

Cristóvão tem dez jogos pelo Corinthians
(Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

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Com tom de voz baixo, fala pausada e até alguns pensamentos mais filosóficos, o técnico Cristóvão Borges mais uma vez deixou claro que as críticas recebidas não o abalam. Pelo contrário. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, véspera da partida contra o Sport, em Itaquera, o técnico do Corinthians demonstrou confiança e disse ver a equipe em evolução.

O comandante alvinegro disse que alguns jogadores contratados no começo da temporada ainda não rendem o que podem, mas estão próximos disso. Ele também declarou que correções foram feitas e que é momento do Timão se afirmar.

Quando indagado sobre as comparações com Tite, seu antecessor no cargo e que agora comanda a Seleção Brasileira, ele recorreu a uma metáfora:

- A Seleção tem feito bem para todos nós, o ambiente de todo mundo melhorou, está todo mundo mais calmo, tranquilo, com menos mágoa. Não vou me livrar da comparação, estou tranquilo quanto a isso... Isso aí depende, é como uma onda. Quando (o time) estiver em cima, tranquilo, quando estiver em baixa, ela vem - opinou.

Cristóvão considera-se alvo de críticas "surreais", que constrangiam até mesmo os jornalistas. Mesmo assim, ele afirma que seguiu focado, como o objetivo de fazer um trabalho que orgulhasse os corintianos.

- Eu corro o risco de dar certo. E se der certo, vocês vão falar muito bem de mim.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista do treinador:

- CRÍTICAS
Nunca fiquei chateado, o meu incômodo é pouco. Eu fui muito criticado, vinha para a entrevista e até achava vocês constrangidos. Era uma coisa desproporcional, fora da real, injusta. O treinador, se vai bem, tudo bem, se vai mal, é criticado. Vocês nunca viram e nem vão ver eu reclamar de críticas. É claro que houve momentos exagerados. Isso não me incomodou, porque era exagero, não posso ficar incomodado com exagero. Essa história de que vim substituir o Tite foi só no começo, hoje não tem mais isso. As críticas, algumas desnecessárias, vão além de estar substituindo o Tite. Para mim, é tranquilo. Estou focado no que tenho que fazer, um trabalho que todos os corintianos fiquem felizes e se sintam orgulhosos. É um processo natural do que está acontecendo.

- CONSTRANGIMENTO

O constrangimento que falei é que vocês estavam percebendo e sentindo que era exagero, eram demais (as críticas). Me perguntaram: "Cristóvão, está tudo bem? O que te tira do sério?" E eu continuo assim, apenhei lá e estou do mesmo jeito. Tenho consciência. Não acompanho e leio tudo, mas aquilo que me interessa e vai me ensinar, eu leio. Neste período, li algumas análises sobre o que estava acontecendo no Corinthians, o que acertei, errei... Isso eu li. Mas quando são aquelas coisas surreais, não acompanho, não.

- EVOLUÇÃO DA EQUIPE
O que me deixa confiante e motivado é que o grupo não colocou tudo o que pode, ainda tem muita coisa, e vejo isso começar a aparecer. Precisamos confirmar isso. A atmosfera é diferente, depois das saídas do Bruno Henrique e do Elias, o olhar das pessoas começou a mudar. Parece que está mais real, todo mundo começou a entender... o enfoque é outro, a maneira de criticar, também, é mais dentro da realidade. Nas ruas também, as pessoas me criticavam, cobravam, agora mudou. Vamos seguindo, focado e tranquilo.

- FAGNER FORA
Claro que contava com ele. Como o Daniel (Alves) é o titular, sabíamos que o desgaste dele seria só o deslocamento. Recebemos informação da CBF que ele estava com esse problema, estava desgastado, então por isso está fora do jogo.

- DEFESA

Todos eles têm nível bom, são de alto nível. É um setor que não me preocupa. Mas precisamos ter uma equipe que saiba defender bem, estávamos deixando isso a desejar no nosso período de instabilidade. Conversamos, treinamos, vimos vídeos e fizemos correções. As respostas foram boas, já no jogo contra o Fluminense isso foi positivo. Na semana trabalhamos bem, aproveitamos a semana (sem jogos). A tendência é que a resposta no jogo seja positiva amanhã (quinta-feira).

- SEMANA LIVRE

Trabalhamos bastante, aproveitamos bem, precisávamos consolidar algumas coisas do nosso jogo. Nem no que somos bons estávamos indo bem. Trabalhamos e fomos bom, retomamos o caminho que nos leva a bons resultados. Mas isso é preciso ser confirmado com vitória. Precisamos ganhar para ficar ali em cima, continuaremos na briga com os primeiros. Mas para isso é preciso confirmar nossa essência, característica de jogo que nós temos.

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