Corinthians avalia criar sub-23, mas adota cautela por duas razões; saiba

Alto número de jogadores sob contrato, fim da parceria com o Flamengo de Guarulhos e êxito de rival com nova categoria fazem diretoria cogitar ideia. Há apenas dois 'obstáculos'

Corinthians sub-20 tem dois vices na temporada
(Foto: Agência Corinthians)

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O alto número de jogadores sob contrato, especialmente os que voltam de empréstimos e não serão aproveitados no time principal, e o fim da parceria com o Flamengo de Guarulhos após o fim da Copa São Paulo de 2017 despertaram a atenção da diretoria do Corinthians para uma ideia já aplicada por um rival regional e que agora está em fase de avaliação também no Parque São Jorge: a criação de uma nova categoria para jogadores de até 23 anos. Seria uma espécie de continuação do processo de formação da base do Timão.

- Está em estudo. Acho válido dependendo da realidade. Depois que tivermos um mapa dos jogadores que temos aqui sob o ponto de vista de quais têm potencial para ser aproveitados, saberemos se é para emprestar alguém ou se temos número suficiente para outra categoria. O sub-23 dá uma série de possibilidades, mas precisa ser contextualizado. Está em avaliação - explica, ao LANCE!, o coordenador geral da base do Corinthians, Rodrigo Leitão.

O Corinthians receberá em fevereiro de 2017 diversos jogadores de até 20 anos que estão atualmente vinculados ao Flamengo de Guarulhos e disputarão a Copinha. Com o fim da parceria, os meninos serão alojados em uma casa alugada pelo clube e precisarão retomar a rotina de treinos da categoria sub-20, que já conta com elenco completo. Além disso, há jogadores que retornam de empréstimos depois de concluída a formação na base, mas que ficarão sem espaço no clube. A diretoria sabe que terá que dispensar alguns jogadores, mas já começa a planejar o futuro com a possibilidade de criação de um sub-23.

Nesta nova categoria ficariam jogadores que já passaram a idade-limite da base, mas que o clube ainda não considera formados ou aptos a integrar o profissional, e jogadores contratados como promessas, mas que ainda precisam desenvolver aptidões para fazer parte do time de cima. Do ponto de vista institucional e de formação não há dúvidas internamente de que o sub-23 é uma aposta válida, mas dois obstáculos impedem a viabilização da categoria por enquanto.

O primeiro deles é a reformulação do elenco para 2017: o novo técnico do time profissional, Fabio Carille, quer analisar com cuidado os nomes que podem ser aproveitados, especialmente porque a diretoria já indicou que não vai fazer grandes contratações. Em segundo lugar, não há competições para times sub-23 organizadas pela Federação Paulista de Futebol. O Santos, único clube paulista que conta com esta categoria, fez parceria com a Portuguesa Santista para jogar a Quarta Divisão do Paulistão e entrou na Copa Paulista. O Corinthians ainda pensa nas medidas que pode adotar.

- Hoje não podemos criar uma categoria sem haver competição. Precisa ser muito bem organizado, porque não há calendário para isso na base. Agora fico imaginando para os clubes menores, porque sub-23 é salário de jogador profissional... - reflete Leitão.

O coordenador da base alvinegra, aliás, é o principal entusiasta da ideia, e seus pensamentos convergiram com os de Fausto Bittar Filho, diretor da base há quatro meses. Rodrigo Leitão participou até mesmo de um seminário da Federação Paulista de Futebol em agosto - antes de ir para o Corinthians, portanto - para debater o assunto. Desde então, a FPF não avançou no debate a favor da criação de uma categoria que pode minimizar a "perda" de talentos no futebol do Estado.

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