Tite evita polêmica com Osorio e cita mudança que fez a Seleção avançar

Se colombiano disse que México foi prejudicado pela arbitragem e criticou Neymar pelas quedas, técnico do Brasil preferiu elogiar o rival e detalhou com o 4-4-2 ganhou o jogo

Brasil x México
Técnico da Seleção Brasileira mudou esquema tático do Brasil e fez com que o time vencesse o jogo (Foto: AFP)

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Classificado às quartas de final da Copa do Mundo, o técnico Tite preferiu não entrar em polêmica com o colombiano Juan Carlos Osorio, que criticou Neymar e afirmou que o México foi prejudicado pela arbitragem pelas excessivas quedas do brasileiro, vítima da maior parte das faltas - Layún chegou a pisar no tornozelo do atacante e o juiz não marcou infração. Sereno, Tite preferiu elogiar o rival e relativizar as declarações. Não deixou nem o próprio atacante, eleito o melhor do jogo, falar sobre o assunto durante a entrevista coletiva. Atento, detalhou a mudança tática para o 4-4-2 que fez a Seleção Brasileira avançar.

- Eu não vou responder ao Osorio, eu vi o lance. Neymar joga bola. Não pisa, e pisaram nele. Eu estava do lado, e vi de novo pela televisão. Não precisa falar, é só olhar. Ele tem que jogar bola, eu falo, a direção fala, o árbitro apita. Cada um faz a sua e vamos embora. Todos que estão me assistindo tirem sua conclusão, o vídeo está aí. Imagem não questionamos. Um grande jogo, a característica do jogo se impõe, jogo lá e cá, equilíbrio e possibilidades de conclusão. Campo comprido com ataque e contra-ataque. É nossa característica e do México, um elogio ao trabalho do Osorio, um baita trabalho de um baita profissional - ponderou Tite, e seguiu:

- Por vezes faz um comentário no calor do jogo, é natural, temos que relativizar e contextualizar. Um grande jogo, oportunidades criadas. Ochoa fez um baita jogo. Numa delas eu já estava vibrando, Paulo finalizou, ele tirou e eu disse 'não é possível'. Jogo emocionante, qualidade das equipes, transições, foram muito melhores e mais bonitos para falarmos e enaltecer. 


No jogo em Samara, o México começou bem e tentou surpreender o Brasil, que havia mantido o 4-1-4-1 com Casemiro sozinho na proteção à defesa. Atento ao jogo, o treinador da Seleção alterou o esquema tático para o 4-4-2, encorpou a defesa e fez com que o Brasil melhorasse em campo e conseguisse marcar os gols da vitória. 

- Foi 4-4-2 com flutuação dos externos, liberdade maior, cinturão de marcação mais adiantada, corta linha de passe, amplia área de atuação. Tem Gabriel Jesus para fazer compensação com desgaste de externos. Compreensão do jogo em termos táticos é essa. México começou a trabalhar pelo lado direito, Jesus deu essa sustentação e ao mesmo tempo trouxemos o Coutinho para articular perto do Neymar - explicou. 

Neymar ganha afagos, elogios e proteção de Tite

Na entrevista coletiva, Tite aproveitou para fazer o que já vinha fazendo: fez questão de proteger o jogador das excessivas críticas dos rivais e exaltou o alto nível do craque, que segundo ele mesmo já havia dito, só chegaria com o passar dos jogos na Copa do Mundo. 

- Vou passar uma informação: Neymar ficou três meses e meio sem jogar uma partida. Alto nível, isso é muito. Outra: a crônica brasileira vinha acompanhando e dizíamos que um atleta de alto nível precisaria de quatro ou cinco jogos. No jogo anterior a esse ele jogou muito, e repetiu o padrão de atuação pelo jogador de excelência que ele é - afirmou o treinador, e completou na sequência: 

- Neymar tem que ficar focado. Quando gastamos energia em outras situações que não seja jogar, perde o foco. Ele gosta de jogar, gosta do drible, às vezes tem incompreensão dos adversários porque é muito ágil, rápido. É pecado driblar no último terço? Buscar jogada individual? O técnico busca isso. Ao mesmo tempo procuram tirar foco dele, por isso eu disse que nós falamos de arbitragem, para outros técnicos. A responsabilidade dele é jogar, felizmente ele está entendendo e acatando.

Confira outros pontos da entrevista coletiva de Tite: 

Estilo de jogo

​Cada seleção tem uma marca, sempre tenho cuidado para não comparar uma à outra. A gente marca setor, não é individual. Não sai correndo para marcar. Cada um marca de forma agressiva no seu setor, talvez por isso bloqueamos tantas finalizações e cruzamentos. Assim encurta espaço do adversário, não marca o homem, tu marca setor, marca a bola, e depois o homem. A sequência lógica de marcação é marca setor, olha a bola, depois homem. É a forma que entendemos ser melhor. Outras marcam o homem, é louvável também. Tem que apostar numa estratégia e treinar. Nós apostamos nessa.

Eu considero o equilíbrio a característica mais forte. É a equipe que mais finaliza, e talvez uma das que mais finalizam no gol.

Evolução e padrão de jogo
A expectativa do técnico era repetir o padrão do jogo anterior, e se possível crescer, e ela o fez contra um adversário com características de bastante qualidade. Saída de trás, reposição do goleiro. Ela manteve o nível e cresceu em algum aspecto. E todos que iniciaram e entraram jogaram bem, isso fortalece a equipe.

O nível que atingimos é para quartas de final, equipe tem que consolidar e crescer. Não me atenho a favoritismos, essa mesma equipe que vencemos hoje venceu, e bem, a Alemanha. Venceu, e bem, a Coreia. E estava melhor até tomar o gol da Suécia. Ela finaliza muito, puxa contra-ataque, tem a média mais alta de finalizações que dá ao adversário, mas fica jogo lá e cá. Rússia jogando bem ontem. Controlando a Espanha, não passando por maiores adversidades, perigos, e passou com méritos. Está muito aberto.

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