Tite adota rotina de ‘pré-clássico’ na Rússia, mas alivia tensão pós-estreia

Treinador da Seleção Brasileira tem ficado concentrado como fazia na época dos grandes jogos no Brasil. Esta semana em Sochi, porém, relaxou mais e participou de brincadeiras

Tite faz anotações durante treino da Seleção em Sochi
(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

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A Copa do Mundo na Rússia tem exigido o máximo de concentração de Tite, técnico da Seleção Brasileira. No maior desafio de sua vida, o comandante tem procurado ficar o mais focado possível no trabalho, em postura semelhante à adotada nas vésperas dos grandes clássicos no Brasil, como um Corinthians x Palmeiras, ou Grêmio x Internacional. 

Nesses dias, como foi na primeira semana de Rússia, o técnico mergulha em sua equipe e fica trancafiado em seus pensamentos em busca de alternativas para melhorar o rendimento. Estuda, estuda, estuda... O dia é baseado praticamente em assistir a vídeos, aplicar os treinos, discutir aspectos com sua comissão técnica, ver vídeos novamente, decifrar dados do departamento de análise de desempenho, voltar a ver vídeos. Nada de leitura sobre outros assuntos ou qualquer distração. Foi assim em Sochi, quando o Brasil desembarcou na Rússia.

Nesse período de confinamento mental do treinador, quem o acompanha sabe que não é aconselhável incomodá-lo. Pessoas que o cercam costumam não incomodar, nem levar qualquer assunto que não seja de suma importância, Coisas triviais são tratadas depois, ou se o treinador tomar a iniciativa. Em Sochi, Tite tem um de seus assessores e seu empresário, mas o contato entre eles tem sido pouco. Mesma coisa com a esposa Rose, que também está hospedada no hotel em que ficam os familiares. Eles já passaram momentos juntos, mas bem menos do que quando o treinador está em desafios mais tranquilos.

Tite estava muito tenso antes da estreia, natural por se tratar do desafio da sua vida. Antes do jogo contra a Suíça, então, em quase nenhum momento saiu dessa rotina rígida. Depois do empate por 1 a 1 em Rostov, porém, conseguiu aliviar a tensão e se permitiu momentos de mais descontração. 

Na terça-feira, no primeiro treino aberto à imprensa depois da atuação frustrante na estreia, Tite estava brincalhão, sorrindo muito. Participou da roda de bobinhos com os jogadores, a mesma roda em que Neymar saiu sentindo dores no tornozelo direito. Rara interação desse tipo com o elenco, que o aproxima dos atletas.

- Ele sofreu um pouquinho ali, mas a gente combinou que se ele errasse, um de nós que iria para o meio da rodinha. Ele é o chefe, né? - brincou Philippe Coutinho, em entrevista após a atividade.

Na quarta, novamente Tite apareceu fazendo atividades com os jogadores, arriscando até chutes. Um momento de mais leveza para quem, aos 57 anos, tem o pesado desafio de conduzir o Brasil ao hexa. Leveza que ele procurou passar para os jogadores. 

Mesmo com a atuação ruim, Tite manteve toda a programação prevista antes da partida. Na segunda, os jogadores ganharam folga após o treino e só se reapresentaram ao meio-dia de terça. As visitas dos familiares seguiram como combinado, com filhos dos atletas aos montes em campo, interagindo com os país. O clima foi mais leve na segunda semana de trabalhos na Rússia. Tite espera que essa energia permita ao Brasil bater a Costa Rica na sexta em São Petersburgo e encaminhar classificação para as oitavas de final. Assim, ele ficará muito mais relaxado.

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