Perto do adeus, Mascherano busca coroar 15 anos de seleção com taça

Volante é recordista de jogos e bi olímpico, mas ainda não tem uma grande conquista com a equipe principal, na qual estreou antes de jogar profissionalmente pelo River

Mascherano - Argentina
(Foto: AFP/JUAN MABROMATA)

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Vencer a Croácia no jogo desta quinta-feira, às 15h,  é fundamental para que a Argentina continue viva na Copa do Mundo e dê sequência à busca de Lionel Messi pelo título mais importante de sua vida. Para Javier Mascherano, vale ainda mais: ao contrário do camisa 10, que está com 30 anos e pode ter até mais duas Copas pela frente, o volante certamente irá encerrar na Rússia a sua trajetória de 15 anos na seleção. É a última chance de coroá-la com uma taça.

- Meu ciclo na seleção termina no Mundial da Rússia - anunciou, em outubro do ano passado, o volante de 34 anos.

É verdade que, com a camisa alviceleste, Mascherano fez coisas que ninguém fez. O empate por 1 a 1 com a Islândia o fez chegar aos 144 jogos pela seleção, um a mais do que Javier Zanetti, o antigo recordista. Além disso, trata-se do único esportista do país a ter duas medalhas olímpicas no currículo, em 2004 e 2008. Mas a verdade é que sua geração está marcada por não erguer troféus.

Mascherano participou de cinco finais perdidas pela Argentina: Copa América de 2004 (para o Brasil), Copa América de 2007 (para o Brasil), Copa do Mundo de 2014 (para a Alemanha), Copa América de 2015 (para o Chile) e Copa América de 2016 (para o Chile). 

- Sou o cara das cinco finais perdidas (risos). Não conheço outro. Eu ganhei muitos títulos na minha carreira, mas as pessoas contam os que você perdeu. Faz parte da profissão... É o que estava escrito para mim. Tomara que reste um último capítulo - declarou, em entrevista à revista El Gráfico no início do ano.

Mascherano está vivendo uma Copa do Mundo pela quinta vez na carreira. Em 2002, foi chamado para completar treinos. Em 2006, apesar de jovem, era titular na queda nos pênaltis diante da Alemanha nas quartas de final. Em 2010, seu papel era ainda maior: o então técnico Diego Maradona lhe entregou a braçadeira de capitão e chegou a declarar que a Argentina era "Mascherano e mais 10". O fracasso veio novamente nas quartas, outra vez diante dos alemães, mas agora com uma goleada por 4 a 0. Em 2014, o volante aceitou a sugestão de Alejandro Sabella e cedeu a braçadeira ao amigo Lionel Messi. O sonho passou a 20 centímetros...

- Gotze dominou no peito e definiu em meio segundo, perto da trave... Chiquito (Romero, goleiro) não agarrou por 20 centímetros. Eu estava no chão quando a bola entrou, porque havia me jogado para cortar o escanteio, e os alemães vieram festejar do meu lado. É nesse instante que você se dá conta de que o sonho acabou. Era praticamente impossível empatar. Estar tão perto da Copa do Mundo, vê-la passando a 20 centímetros, vê-la e não poder tocá-la é uma angústia que não se irá nunca - disse ele, à El Gráfico, relembrando do gol que deu o título à Alemanha no Maracanã.

Mascherano é ídolo do River Plate (ARG), clube que o revelou, e teve passagens marcantes por Liverpool (ING) e Barcelona (ESP). Também passou por Corinthians e West Ham (ING), além do Hebei China Fortune, seu clube atual. Mas talvez nenhum desses vínculos seja tão forte quanto o que ele tem com a seleção de seu país.

Para se ter uma ideia, a estreia do meio-campista como profissional foi pela seleção, em 16 de julho de 2003, durante empate por 2 a 2 com o Uruguai em amistoso disputado em La Plata. Ele só foi jogar pelo River em 3 de agosto daquele ano, entrando durante uma partida contra o Nueva Chicago no Monumental de Núñez.

O tempo está se esgotando... Mas não duvide do Jefecito (Chefinho, seu apelido desde os tempos de River). Ele é capaz de "romper o ânus" para evitar que a seleção sofra um gol, como fez na semifinal de 2014, diante da Holanda, segundo suas próprias palavras.

- Romper não, romper nunca. Abriu, é diferente. Nunca aconteceu com você ao fazer um esforço supremo? Foi a dor do impacto, por me esticar, e nada mais. O problema é que fui muito sincero depois do jogo, às vezes você não tem que ser - explica-se hoje em dia.

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