Deschamps revela lema francês para ganhar a Copa e nega tratamento especial a Mbappé

Técnico da França diz que sua equipe está montada na base de três palavras, e comenta sobre trabalho feito com o jovem craque antes da final contra a Croácia neste domingo

Coletiva Deschamps - Técnico da França
Didier Deschamps, técnico da França (Foto: AFP/JEWEL SAMAD)

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Não há três palavras que simbolizem melhor a França do que liberdade, igualdade e fraternidade, lema da histórica Revolução Francesa no século XVIII. No futebol, porém, elas dão lugar a calma, confiança e concentração, o lema da seleção que tentará vencer a Copa do Mundo pela segunda vez neste domingo diante da Croácia em Moscou, às 12h (horário de Brasília). Foram essas três palavras iniciadas com a letra "c" que o técnico Didier Deschamps usou para definir a preparação de seu time para a grande decisão. 

- É um enorme prazer e privilegio jogar essa partida. Não há nada mais bonito e forte como jogador jogar uma final de Copa. Nos nos preparamos o melhor possível, comissão técnica, e as três palavras importantes: calma, confiança e concentração. Estamos trabalhando nessas três palavras para nos prepararmos da melhor maneira possível - afirmou o técnico, em entrevista coletiva neste sábado, no estádio Lujniki, palco da final. 

Com esse lema bem definido, Deschamps espera que a França tenha destino diferente do que foi há dois anos, quando perdeu a final da Eurocopa em casa para Portugal. A derrota ainda martela na cabeça dos franceses, mas é hora de exorcizar o fantasma. O técnico confia no potencial de seus jogadores, mesmo com o time sendo o mais jovem a disputar uma final desde 1978: a média de idade é de 25,8 anos. A Argentina campeã em casa em 78 tinha média de 25,2 anos.

- O time de hoje é diferente do de 2016, porque 14 jogadores não estavam lá. Esses 14 jogadores novos foram integrados desde a final e descobriram como competição é boa aqui na Russia, então a experiência deles é mais limitada - disse Deschamps.

- É verdade que a Croácia tem mais experiência de clubes, porque jogadores atingiram maturidade e estão juntos há um tempo na seleção, mas nós enfrentamos  times talentosos que tinham mais experiência que nós, mais jogos, experiências, óbvio porque temos um time jovem. Temos nove jogadores que estavam lá na Euro. Eles sabem bem o que aconteceu, infelizmente, como terminou. O que aconteceu há dois anos serve para aqueles nove jogadores para amanhã. Claro que queremos fazer diferente, mas só quando vive é que pode mudar a atitude e ver as coisas diferentes. A final é sempre um jogo especifico - completou.

Dentre os jovens, o de mais destaque é Kylian Mbappé, de 19 anos, jogador mais novo da França na Copa. Deschamps foi questionado se dava um tratamento especial à estrela, mas negou.

- Kylian é jovem, tem muito talento. Mostrou isso e provou várias vezes nessa Copa. Ele não tem tratamento especial, não dou tratamento especial. Tento falar o máximo possível com jogadores, ele faz parte dos 23, no mesmo contexto. Claro que por experiência sei que é importante ser mais carinhoso com jovens, porque a experiência não é a mesma, mas Mbappé é esperto, sabe ouvir e o que quer. Claro que temos pequenas discussões, mas igual aos outros, quando não digo algo positivo, é para o bem deles, é difícil quando fala no começo, mas é bom depois - analisou.

Deschamps pode fazer história neste domingo. Se a França conquistar o título, ele será apenas o terceiro a conquistar o título tanto como jogador quanto como técnico, repetindo Zagallo e Beckenbauer. Em 1998, ele era o capitão da França campeã em casa, e apontou diferenças entre as duas situações.

- Muitas diferenças. Precisaria de mais tempo para explicar, jogador é ator, técnico eu estou a serviço dos jogadores. O jogo pertence aos jogadores meu sucesso está ligado ao sucesso deles, mas eles que jogam. Quando joga, é lindo, porque dá energia, gasta fisicamente energia, quando é técnico é mais psicológico e uma qualidade mental que você precisa usar. É diferente - definiu.

O duelo entre França e Croácia será neste domingo às 12h (de Brasília) no Lujniki em Moscou. As equipes repetem o duelo das semifinais de 1998, quando a França venceu de virada por 2 a 1.



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