Ao L!, Bruno Rangel analisa ascensão da Chape : ‘ Ônibus velhinho’

Na Chape desde  2013, o atacante Bruno Rangel pode falar com propriedade sobre a ascensão meteórica do time, que nesta quarta pode chegar à final da Copa Sul- Americana

Bruno Rangel - Chapecoense
(Foto: Celso Pupo)

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Na Chapecoense desde o início de  2013, quando os catarinenses se preparavam para a disputar a Série B, o atacante Bruno Rangel pode falar com propriedade sobre a ascensão meteórica do time, que nesta quarta-feira, a partir das 21h45, na Arena Condá,  pode chegar à final da Copa Sul-Americana. No primeiro jogo da semifinal, a Chape empatou em 1 a 1 com o  San Lorenzo, na Argentina. Um empate sem gols classifica  a Chapecoense. 

Antes de 2013, porém, a Chape não só experimentou divisões inferiores como também passou um longo tempo sem disputar a principal competição nacional no Brasil. Em 2009, o Verdão do Oeste iniciou a arrancada, se classificando para a Série D do Brasileirão. E logo na estreia subiu, ficando em terceiro. E em 2012, novamente com um terceiro lugar, conseguiu a vaga na Série B. 

No ano seguinte, a Chapecoense surpreendeu não só o Brasil, mas também o próprio Bruno Rangel, e com um vice, subiu à Série A de 2014, de onde não saiu mais. 

- Sinceramente, surpreendeu sim. Nosso primeiro objetivo era a permanência, mas aí fomos ganhando e ganhando, ficando pau a pau com o Palmeiras. Iam nos colocando como cavalos paraguaios, mas chegou um momento que a gente viu que era possível subir- contou o camisa  9, ao Lance!  

 -E agora vamos para o quarto ano de Série A. Sempre nos colocaram como candidatos a rebaixamento, mas terminamos bem. E esse ano sequer estivemos na zona de rebaixamento- completou Rangel. 

Apesar de mostrar-se surpreso com o acesso, o atacante destacou que a estrutura do clube mudou completamente. Da água pro vinho. Ele lembrou que muitos jogadores não tinham condições de ir para os treinos de carro. E o ônibus do time, apontou, era bem 'velhinho'. 

 - O clube mudou muito desde a minha chegada. O ônibus era bem velhinho, mas hoje é bom. Não tinha academia, nem CT. E hoje o clube paga até melhor. Sempre pagou em dia e continua pagando, mas os salários cresceram. Muitos jogadores não tinham condições de ir treinar de carro. Iam de ônibus para os treinos.  Agora somos mais respeitados e conhecidos. Me lembro, que quando estávamos na Série B, as pessoas falavam que " O Chapecoense ganhou", invés de " A Chapecoense". Ainda existe preconceito sobre o clube, ainda mais por ser do interior, mas ele está diminuindo, é verdade. Sendo mais respeitado a cada dia- comentou. 

O atual momento da Chape é tão bom que o torcedor não consegue se segurar e tieta os jogadores. As abordagens são em todos os lugares. 

 - É um pessoal acolhedor. A gente vai no supermercado, vai às ruas e o povo pede pra tirar foto, vem nos parabéns. Reconhece o que a gente vem fazendo pelo clube, onde chegou. E a gente tenta retribuir esse carinho dentro de campo-  disse. 

Por fim, o maior artilheiro da Chapecoense, com 81 gols,  atualmente com 34 anos, fez um balanço da carreira e não escondeu o desejo de jogar por um time de maior expressão. Sobre a aposentadoria, ele revelou que ainda não faz planos, mas quer terminar em alto nível. 

-  Penso em jogar por um time grande. Sou profissional, né? Meu futuro está em aberto para 2017...Não penso em parar ainda. Só quero jogar em alto nível. Se for pra jogar na Série ou na Série D, com todo respeito, até por que já  joguei lá, é melhor parar. Se eu conseguir, como o Zé Roberto, chegar aos 42 em alto nível, vou me mantendo...Mas já estou guardando um dinheiro para a aposentadoria sim- revelou. 

 -Se eu pudesse mudar alguma coisa na minha carreira, eu teria procurado jogar em clubes com mais vitrines, clubes que disputam o Carioca ou o Paulista. Joguei muito tempo em clubes que não tinham mídia, do interior do Pará. A partir de 2010, que as coisas começaram a mudar. Fui pro Paysandu, depois pro Guarani, Joinville e agora Chapecoense- finalizou.

Confira outros tópicos do bate-papo com Bruno Rangel. 

  Possibilidade de jogar a Libertadores

 -Lógico que temos esse sonho e seria mais uma participação histórica do time. E acho que é possível,sim. Estamos preparados pro título e o que a gente vem jogando não deve nada ao que os outros times estão jogando. E no Brasileirão, estamos perto do G6, que ainda pode virar G7. Estamos preparados para os pênaltis, caso eles apareçam, mas espero que não passemos por isso de novo.

Maior artilheiro da história da Chapecoense, com 81 gols. Qual a meta? 

 -Não tenho metas. Quero é fazer gols. Quando cheguei aqui nem pensava nisso e fiz uns 30 logo no primeiro ano. E já coloquei uns 20 de vantagem em relação ao segundo. Quero é fazer gols para complicar para quem quiser correr atrás do meu recorde.

Situações curiosas vivenciadas no clube 

 -Em 2014, fomos enfrentar o São Paulo no Morumbi. Ninguém acreditava na vitória, a não ser um diretor que ficou falando que a gente ia ganhar. Ele dizia que já estava até vendo as capas dos jornais do dia seguinte. E fomos lá e colocamos água no chope deles. Além disso, também acho muito curioso nunca termos perdido pro Fluminense.

Balanço da temporada

-Muito boa. Acho ainda que dá pra ser o artilheiro do Brasileirão e da temporada. Eles não estão muito na minha frente. Tenho dez gols pelo Brasileirão, sendo que não jogo em um clube do tamanho do deles, com a facilidade pra criar jogadas e ainda não jogo muito( já que é reserva do Kempes).

 Passagem no Catar 

 -Senti saudades de jogar no Brasil.O futebol de lá não me ajudou muito. Não tinha meias, apenas volantes, Muitos. A bola não chegava e ainda fui pra lá em janeiro, sem fazer pré-temporada. O idioma até que não pesou. Tinham três brasileiros no time e a comissão técnica também, com o PC Gusmão.

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