‘Um jogaço atrapalhado pelo apito: até quando vão abrir mão do vídeo?’

Palmeiras e Grêmio, não só pelo gordo placar, fizeram grande jogo no Pacaembu. O mesmo não pode se dizer da arbitragem. E o futebol segue ignorando a tecnologia...

Confira imagens de Palmeiras 4 x 3 Grêmio 
(Foto: Mauro Horita/Lancepress!)

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Palmeiras e Grêmio fizeram um jogaço no Pacaembu. E não foi só por conta do gordo placar de 4 a 3, com cinco gols na etapa final. O primeiro tempo também foi jogo de time grande. Intenso, disputado, brigado. Com falhas e acertos das defesas e dos ataques e com atletas de qualidade. Jogo com cara de decisão, na quinta rodada do Brasileirão. Um temporal no segundo tempo, junto com a chuva de gols, não esfriou, mas sim esquentou ainda mais o embate. Quente também ficou a cabeça dos jogadores, em especial dos palmeirenses, por conta da terrível arbitragem do baiano Marielson Alves Silva.

O primeiro gol do Grêmio, em impedimento claríssimo, mais na conta do auxiliar, por incrível que pareça, foi um "detalhe" na atuação do árbitro que inverteu faltas e marcações durante os 90 minutos no Pacaembu. Mas tal "detalhe" poderia ter mudado o resultado da partida. E até quando a arbitragem, que já é mal preparada e erra rodada após rodada, será privada do uso de vídeos, principalmente em lances indiscutíveis de impedimentos?

Não dá para aceitar mais que campeonatos sejam decididos com gols irregulares ou com gols mal anulados. O argumento de quem é contra o uso de vídeos é de que isso "pararia demais o jogo". É, de fato. No Brasileirão, opta-se por parar o jogo por conta de três pisca-piscas na torcida - foi constrangera a paralisação no Pacaembu por conta da fumaça gremista que nem no campo chegou no primeiro tempo. Parar o jogo por um ou dois minutos (tempo menor do que se perde muitas vezes com atletas reclamando e cercando o árbitro) para tomar uma decisão justa é que não pode. Vamos seguir nessa conversa de que o "legal é a polêmica no boteco" no dia seguinte e seguir ignorando erros que seriam facilmente evitados. O futebol está atrasado.

O uso do vídeo, claro, precisa ter regras (talvez desafios propostos pelas equipes, como em outros esportes). Há inúmeros lances que, mesmo com diversos replays, não são decifrados: pênaltis, em especial. Mas por que não dar mais uma chance aos árbitros de tomar uma decisão? Que se olhe mais uma vez e se tome a decisão mais correta possível. Polêmicas não irão acabar, mas absurdos, com certeza, irão desaparecer. Sem essa também de que na Série A é fácil ter o recurso eletrônico e na segunda divisão do Acre é impossível. "Ah, como ficam os campeonatos menores do Brasil?" Que me perdoem a segunda divisão do Acre e tantos outros, mas a elite do futebol precisa de todos os recursos possíveis para que sua credibilidade não seja afetada. Estamos apenas na quinta rodada de Brasileirão e, olha, o que já teve de pênalti absurdo, gol impedido validado e gol legal anulado...

Mas está tudo bem. O "protocolo de entrada" das equipes no campo está funcionando perfeitamente toda rodada, a festa de abertura que acontece depois da abertura foi um sucesso e os árbitros estão 100% ligados em qualquer fumacinha ou espirro na arquibancada. 

Enquanto a Fifa faz testes e testes (no mínimo até o começo de 2017) sobre o uso de vídeos pela arbitragem, seguimos esperando. Sentados. Na segunda, a gente volta aqui para falar de mais alguma marcação bizarra da arbitragem, de placares construídos por gols ilegais e por aí vai... O que vale é a "polêmica".

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