‘A interminável sabotagem do Brasileirão pela CBF’

Taça do Campeonato Brasileiro (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Brasileirão não para na Copa América e tem clássicos regionais no meio de semana (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

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O principal produto do futebol brasileiro é o Campeonato Brasileiro. Todo mundo que acompanha futebol há de concordar com isso, certo? Errado. A julgar pelo descaso com que trata o nosso Brasileirão, para a CBF tanto faz como tanto fez se o público vai gostar, se os clubes vão ter lucro, se o calendário vai permitir que a competitividade e qualidade das equipes sejam mantidas.

O Brasileirão, definitivamente, está longe de ser prioridade para a turma do Del Nero.

A última dessa gente acontece hoje à noite: como explicar que clássicos como Santos e Corinthians ou Sport e Santa Cruz - uma atração a parte, já que desde 2001 os dois grandes de Pernambuco não se cruzam na série A - sejam marcados para uma quarta-feira? É óbvio que em uma rodada de fim de semana, o potencial de público e a promoção das partidas pela mídia seriam muito mais poderosos.

Mas, não se iludam, é só mais um capítulo das maldades. Já, já, vem mais coisa por aí. Afinal, a sabotagem não começou hoje.

Enquanto na Argentina, no Chile, no Uruguai e no México, nossos principais rivais, os campeonatos nacionais estão parados para a realização da Copa América Centenário - são países que seguem o calendário internacional do futebol, é bom lembrar - aqui o Brasileirão segue a pleno vapor, como se nada estivesse acontecendo de diferente.

Mais do que isso, nem a Olimpíada sendo no Brasil foi motivo para que a CBF se dispusesse a suspender a disputa. Um atentado, inclusive, contra os patrocinadores - que verão suas marcas tendo de dividir espaço com a massiva cobertura da Rio 2016, certamente renegadas a um segundo plano.

O resultado todos sabemos: mais da metade dos clubes que disputam a Série A vem sofrendo com os desfalques provocados pelas convocações, seja para a Seleção Brasileira principal, para outras seleções latinas que estarão na Copa América ou para o time que vai disputar a medalha de ouro olímpica. Não há planejamento que resista a um ataque como esse.

Nem planejamento, nem o interesse dos patrocinadores ou do torcedor.

Ou os clubes entendem, isso, se unem e formam uma liga, assumindo seus próprios destinos, ou o que vai restar, como agora, é o choro do leite derramado.

*Luiz Fernando Gomes é editor-chefe do LANCE!

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