Flu questiona recuo do STJD sobre impugnação e diz: ‘Triste ver a corte se apequenar’

Por meio de nota oficial, Tricolor pede que presidente do tribunal explique sua mudança de opinião em apenas três dias sem nenhum novo elemento ter sido apresentado

Peter Siemsen, presidente do Fluminense
Flu não gostou nada da decisão do presidente do STJD de arquivar o caso (FOTO: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.)

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O Fluminense lamentou a decisão do presidente do STJD, Ronaldo Piacente, que nesta quinta-feira aceitou os argumentos da procuradoria-geral do tribunal e reconsiderou a sua decisão de dar prosseguimento ao pedido de impugnação do Fla-Flu do último dia 13, pelo Brasileirão. Por meio de uma nota oficial divulgada poucas horas depois, o Tricolor questionou o tribunal por ter arquivado o caso três dias depois de ter aceitado a abertura dele, sem nada de novo ser apresentado.

O Tricolor segue defendendo que as provas de interferência externa estavam bem claras. O clube diz que o STJD se apequenou ao tomar essa decisão e optou por agradar parte da opinião pública.

- Enfim, é triste ver a corte máxima desportiva do nosso país se apequenar, deixando de submeter ao julgamento do Pleno matéria tão relevante (interferência externa) do futebol brasileiro. Optou-se em agradar parte da opinião pública. Causa perplexidade que tribunal de tamanha relevância divorcie-se da legislação desportiva, da legalidade, das regras de futebol. Quiseram evitar que uma grande ferida fosse aberta no poder do futebol brasileiro. E esse poder do futebol brasileiro, mais uma vez, venceu - diz a nota do Fluminense.

O Flu encerra a nota pedindo que o presidente do STJD se manifeste publicamente sobre o caso. O clube sugere que ele explique sua 'inusitada e contraditória mudança de opinião'.

Na decisão de arquivar o caso, Ronaldo Piacente já pediu para que a CBF homologasse o resultado do clássico realizado no último dia 13, o que já aconteceu. Assim, o Flamengo volta a ter 60 pontos em 31 jogos, quatro a menos que o líder Palmeiras.

O Fluminense contestou a decisão do árbitro Sandro Meira Ricci e do assistente Emerson Augusto de Carvalho de anular o gol irregular de Henrique - que seria o do empate de 2 a 2 -, argumentando que o inspetor de arbitragem teria informado aos juízes que "a TV sabe que não foi gol".


No despacho desta quinta, o presidente do STJD citou que entendeu "que essa prova é relativa, pois não há certeza que o inspetor de arbitragem (Sérgio Santos) realmente teria dito essas palavras, e mesmo que tiver dito, seria necessária a prova dessa interferência externa, ou seja, que a decisão do árbitro foi com base nessas palavras 'a TV sabe, a TV sabe que não foi gol' supostamente ditas pelo inspetor de arbitragem".

Ronaldo Piacente ainda citou que o inspetor negou ter dito as palavras citadas na leitura labial. O presidente do STJD acrescentou que "as provas produzidas pela procuradoria demonstram de forma cabal que todos foram categóricos em dizer que a decisão do árbitro Sandro Meira Ricci se deu única e exclusivamente pela decisão do Emerson Augusto de Carvalho, o assistente".

Confira a íntegra da nota oficial do Fluminense:

"O Fluminense Football Club lamenta a decisão do presidente do STJD, que aceitou o pedido da procuradoria e reconsiderou o seu próprio despacho, que havia deferido o recebimento da ação de impugnação da partida entre Fluminense e Flamengo, realizada no último dia 13, em que claramente teve interferência externa (imagem televisiva) na decisão do árbitro Sandro Meira Ricci ao anular o gol do zagueiro Henrique.

O Fluminense fez o seu papel. Apresentou à Justiça Desportiva uma flagrante ilegalidade, que acarretou no cometimento do erro de direito. As provas de interferência externa estavam escancaradas na mídia. Iniciada pelos jogadores do Flamengo e, em seguida, pelo inspetor de arbitragem que invadiu o campo para informar à equipe de arbitragem que a televisão teria apontado impedimento no lance.

E, nesse sentido, foi a posição do presidente do STJD ao admitir a ação, na última segunda-feira (dia 17). Como explicar que, três dias depois, seja reconsiderada a sua própria decisão? Nada surgiu de novo. Rigorosamente nada. As provas eram as mesmas. Por que motivo houve essa mudança repentina?

Enfim, é triste ver a corte máxima desportiva do nosso país se apequenar, deixando de submeter ao julgamento do Pleno matéria tão relevante (interferência externa) do futebol brasileiro. Optou-se em agradar parte da opinião pública. Causa perplexidade que tribunal de tamanha relevância divorcie-se da legislação desportiva, da legalidade, das regras de futebol. Quiseram evitar que uma grande ferida fosse aberta no poder do futebol brasileiro. E esse poder do futebol brasileiro, mais uma vez, venceu.

Para encerrar, o Fluminense Football Club sugere que o presidente do STJD venha a público se manifestar e esclarecer sobre a sua inusitada e contraditória mudança de opinião. Com a palavra, o presidente do STJD."

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