OPINIÃO: ‘2016 foi a temporada que só acontece ao Botafogo’

Começo sem grandes contratações, vice no estadual, técnico saindo no meio da temporada e... arrancada histórica para a Libertadores. Repórter do LANCE! analisa o ano alvinegro

Gremio x Botafogo
Jogadores e o técnico Jair Ventura comemorando a vaga para a Libertadores (Foto: Jeferson Guareze/AGIF)

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Poucos chavões, poucas frases feitas são tão perfeitas no mundo do futebol quanto "Tem coisas que só acontecem ao Botafogo". Afinal, quantas vezes você já não viu o Glorioso ter a faca e o queijo na mão e, de maneira inacreditável, deixou o sucesso escapar. Quantas vezes o óbvio se tornou fracasso? E até do lado positivo: quantas vezes nada se esperou e o Alvinegro foi lá e se superou? Mas dessa vez foi peculiar.

Não dá para dizer que o feito é inédito, mas é raro, inegavelmente. Em quantos campeonatos mundo afora um time termina o primeiro turno tão mal e, ao final da competição, está tão bem posicionado? Só poderia acontecer com o Botafogo. E com este tão questionado time de 2016.

Este texto começa, na verdade, na transição de 2015 para o ano corrente. O já pouco satisfatório elenco da Série B fora drasticamente alterado, mas sem nenhum nome muito conhecido contratado. Ao contrário, praticamente não havia criadores e atacantes à disposição do então técnico Ricardo Gomes. Mesmo assim, o time foi mostrando muita organização. A obediência tática foi forte trunfo para levar a equipe até a final estadual.

Quando veio o primeiro susto: proposta do Cruzeiro ao treinador. O temor de tantos foi amenizado quando Ricardo ficou. Quase foi, mas ficou em General Severiano. O Campeonato Brasileiro começou, o time não surpreendentemente penava para conquistar cada ponto e, diante da baixa expectativa, a luta contra a degola, mas com elogios podendo ser feitos à equipe, era compreensível realidade no ano do retorno à Série A.

Houve invasão de organizadas à sede do clube, assim como supervalorização de contratações visando ao Brasileirão, mas o grande temor mesmo foi com o segundo susto: a nova proposta para fazer o treinador alvinegro mudar de casa. Desta vez o São Paulo, que conseguiu. Mas quando o futuro do Glorioso pairava em torno do desempenho da interrogação que era Jair Ventura, até então auxiliar técnico, os resultados começaram a acontecer. E não pararam de acontecer.

A defesa se tornou praticamente intransponível, Sassá começou a fazer gols desembestadamente e Camilo já havia se tornado peça fundamental para o meio-campo passar a municiar de maneira definitiva e eficiente os atacantes. Ligaram o Botafogo em outra tomada e o time passou a funcionar.

Até que o bom funcionamento do sistema parou, e ninguém conseguia desvendar o mistério. Por quê? O time precisava de muito pouco, em seis rodadas, para se garantir na Taça Libertadores. Mas precisava ser com drama. Tem coisas que só acontecem ao Botafogo. Precisou ser na última rodada. Precisou ser sofrido, com um jogador a menos, e dentro da casa do adversário. Precisou surpreender. Precisou ser o Alvinegro Estelar.  

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