LANCE! Espresso: Adeus com dignidade

Luiz Fernando Gomes analisa a decisão tomada pelo meia Montillo, que decidiu se aposentar após uma nova lesão atuando pelo Botafogo no Campeonato Brasileiro

Montillo
Montillo não vestirá mais nenhuma camisa. Aposentadoria foi solução contra lesões (Vinícius Britto)

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Todo atleta se depara com dilemas. Um deles é crucial: qual é a melhor hora para encerrar a carreira? Vários fatores pesam para tomar tal decisão: conquistas, fracassos, família, dinheiro, saúde, vaidade... A vida no esporte também é feita de escolhas. Então, é possível imaginar o turbilhão que passou pela cabeça de Walter Montillo depois de deixar o campo com apenas sete minutos de bola rolando, na última segunda-feira, contra o Avaí. Era a quinta lesão que sofria em 2017.

Contratado com status de estrela pelo Botafogo e agraciado com a mítica camisa 7 alvinegra, o meia argentino não conseguia manter-se saudável fisicamente. Fez apenas 17 jogos e não marcou gol. Ontem, ele decidiu ouvir os sinais enviados pelo corpo. Entrou em acordo com a diretoria e rescindiu contrato. Foi além: aos 33 anos, vai se aposentar.

Apenas Montillo tem o discernimento para avaliar se foi a melhor decisão a ser tomada. Um aspecto, porém, é inegável e merece ser exaltado: pouquíssimas pessoas na mesma situação, com um bom contrato em clube grande, tomariam atitude semelhante. Não faltam exemplos de jogadores conhecidos mais pelo tempo que passaram em departamentos médicos do que pelo o que fizeram em campo, e sem qualquer peso na consciência. Montillo fez o contrário. Para não onerar mais o clube que tanto apostava em seu talento, optou por deixar o futebol com alguma dignidade.

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