Especial! Ricardo Gomes: ‘Eu não tenho uma fórmula mágica’

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, técnico fala sobre o elogiado trabalho à frente do Botafogo e analisa a equipe para o já iniciado Campeonato Brasileiro

Ricardo Gomes comanda o time de General Severiano desde julho do ano passado
 (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

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Os elogios ao trabalho de Ricardo Gomes no Botafogo têm sido rotineiros. O treinador, que foi contratado em julho do ano passado, comandou o Glorioso no acesso à Série A do Brasileiro, no título da Série B, liderou a reconstrução do Alvinegro para 2016 e, no Campeonato Carioca, ficou com o vice-campeonato. Agora, a missão do técnico é fazer com que o time, que segue desacreditado por muitos, consiga desempenhar um papel digno no Campeonato Brasileiro, recém-iniciado.

Não será fácil, como a derrota na estreia da competição, para os reservas do São Paulo, mostrou. Mas para quem passou por um acidente vascular cerebral (AVC) há cinco anos e está com cada vez menos sequelas, a missão não é impossível.


Está enganado quem pensa que, nesta entrevista concedida com exclusividade ao LANCE!, e dividida em quatro partes, haverá um testemunho de superação. A história de Ricardo Gomes está presente, mas o treinador do time da Estrela Solitária prefere falar sobre futebol.

Perder em casa para os reservas do São Paulo não é perigoso para as pretensões do Botafogo no campeonato?
'Dava para ganhar e jogamos para isso. Mas qualquer clube perde ponto em casa. Pensa no Corinthians do ano passado: foi campeão mas quantos pontos perdeu em casa? O campeonato é muito bom, muito equilibrado, mas você vai encontrar dificuldades em casa e vai conseguir pontos fora. Se ganhasse todos os jogos em casa, seria legal, mas não é de agora. Não estou falando que vamos brigar pelo título. O que ficou mais quente é que eram os reservas do São Paulo'.

A evolução do time, desde a pré-temporada, é nítida. Mas o desempenho, diante das mudanças que houve no elenco, te surpreendeu?
'Não tenho a medida do sucesso. O meu prazer é o trabalho. Não é de agora. Como jogador era a mesma coisa. É um esporte coletivo, eu não tenho uma fórmula mágica. Meu trabalho é bem simples. Assim como fui bem jogador, sou bom treinador, mas nada tão melhor do que ninguém. Eu gosto do meu trabalho. Acho que trabalho bem'.

O time começou o ano no esquema tático 4-2-3-1 e depois vem mudando...
'Mais do que esquema de jogo, precisamos padrão. Por isso, nós, treinadores, pedimos tempo. Quando definimos um esquema, com padrão, tem variantes. Temos um padrão, mas nada demais. O que conseguimos até hoje foi dar padrão ao Botafogo'.

Mas o time está jogando mais solto do que no início do ano...
'Está propondo mais o jogo, sim. Jogando mais solto. Se você tentar defender e ficar no contra-ataque, vai sofrer na maioria dos jogos. O grande lance, independentemente do grau de investimento, é dominar o meio-campo. Se você consegue isso, não precisa defender tanto. É claro que, se você vai jogar fora de casa, vai defender mais. Em casa, vai atacar mais. Não é minha opinião, é desde sempre. Filosoficamente, o time vai à frente. Está no inconsciente, mas desde que domine o meio-campo. Em casa, se não dominar, vai recuar. Dominamos contra o São Paulo. Se eles estivessem com o time principal, talvez nós dominássemos menos'.

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